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Montadoras da Ásia lideram o processo de eletrificação dos carros no Brasil

24 de março de 2023

As montadoras asiáticas, especialmente as chinesas, estão liderando o processo de eletrificação dos carros no Brasil, com investimentos em fábricas para produzir carros elétricos, híbridos e híbridos plug-in. Enquanto isso, as empresas europeias e americanas tradicionais estão esperando por políticas industriais voltadas para a descarbonização e pela autorização de suas matrizes para investir em novas tecnologias de mobilidade.

A China é líder global no desenvolvimento de veículos eletrificados e na produção eficiente de baterias e semicondutores. Em 2022, a participação de carros eletrificados nas vendas do mercado local foi de quase 30%, um número que estava inicialmente projetado apenas para 2025.

Com o rápido crescimento do consumo, as fabricantes chinesas estão expandindo a tecnologia elétrica para outros países, incluindo o Brasil. Os asiáticos estão apostando em um mercado em constante crescimento, mesmo que o segmento de carros elétricos represente apenas 2,5% das vendas de automóveis e não conte com subsídios governamentais para a compra, como em outros países. Além disso, o Brasil tem o etanol, um combustível verde, que ajuda a reduzir as emissões de carbono.

A GWM (Great Wall Motor) e a BYD anunciaram investimentos de R$ 10 bilhões e R$ 3 bilhões, respectivamente, em operações no Brasil. A GWM comprou a fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP) e a BYD está prestes a adquirir a planta da Ford em Camaçari (BA), ambas desativadas. A Chery escolheu a Argentina como destino e deve investir R$ 2 bilhões para produzir carros elétricos e baterias, segundo fontes locais.

Entre as montadoras já instaladas no Brasil, somente a japonesa Toyota e a Caoa Chery produzem modelos híbridos flex, que possuem motores elétricos que auxiliam os motores a etanol ou gasolina.

“Com políticas públicas eficazes, as empresas chinesas estimularam e concentraram seus esforços nos carros elétricos a bateria e estão à frente nessa corrida tecnológica”, afirma Adalberto Maluf, presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). “Isso permitiu que o Brasil ganhasse escala significativa na produção e competitividade, liderando o processo de eletrificação em todo o mundo.”

A Toyota, empresa japonesa com mais de 50 anos de presença no Brasil, foi pioneira na produção local de veículos eletrificados, lançando os modelos híbridos flex Corolla em 2019 e Corolla Cross em 2021. Hoje, esses dois modelos representam 10% das vendas da marca no país e 30% do mercado nacional de veículos eletrificados, que totalizou 49,3 mil unidades em 2022.

A Stellantis, proprietária das marcas Fiat, Jeep, Citroën e Peugeot, importa para o Brasil o Fiat 500e elétrico e o Jeep Compass híbrido plug-in. A empresa está em processo de desenvolvimento da tecnologia híbrida flex, embora ainda não tenha definido uma data para a produção local de um carro com essa opção.

O grupo brasileiro Caoa, em parceria com a empresa chinesa Chery, produz atualmente dois modelos híbridos em Anápolis (GO): o Tiggo 5 e o Tiggo 7. O presidente da Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade Filho, afirma que haverá novos produtos dessa linha nas fábricas de Goiás e Jacareí (SP), esta última parada desde o ano passado e com previsão de retomar suas operações em 2025.